Os olhos da rua
Quem nunca cruzou a rua pra se sentir mais seguro ou fez um caminho mais longo pra evitar um trecho estranho?
Todos já nos vimos caminhando pela cidade, pela calçada, passando por edifícios, às vezes habitados por dezenas ou centenas de pessoas, enquanto nos sentimos sozinhos, vulneráveis, desamparados dos olhos que poderiam nos socorrer.
“Olhos da rua” foi o nome dado por Jane Jacobs, jornalista, ativista e autora do livro “Morte e Vida das Grandes Cidades”, à presença de pessoas que que vigiam a segurança urbana de forma informal e involuntária.
Fachadas dinâmicas que criam o ambiente e deixam espaço para que as pessoas queiram estar, interagir, habitar a cidade e não estejam apenas de passagem, desincorporadas das vidas umas das outras. Criam lugares confortáveis para apenas permanecer e observar.
A segurança se retroalimenta: uma rua com mais atividades e movimento se torna mais interessante para que outras pessoas queiram passar e estar, ao passo que os moradores curiosos [o tipo de gente que amamos!] se tornam motivados a estar em contato com o exterior de seus lares - desfrutando suas sacadas, por exemplo - e todos ganham uma cidade mais viva e amigável.
A aproximação da cidade não se trata de distâncias, mas sim, de propostas para uma cidade mais humana.